10 livros essenciais para quem deseja estudar literatura

A literatura é uma das formas mais poderosas de expressão humana, capaz de nos transportar para universos paralelos, despertar emoções e nos fazer refletir sobre a complexidade da condição humana. Para aqueles que desejam aprofundar seu conhecimento nessa arte, selecionamos os 10 livros essenciais para o estudo da literatura. Essas obras foram escolhidas por sua relevância histórica, impacto cultural e contribuições para o desenvolvimento da escrita literária. Com essa seleção, esperamos não apenas proporcionar uma rica experiência de leitura, mas também ampliar o entendimento e apreciação dos mais diversos gêneros e estilos literários. Prepare-se para se surpreender, se emocionar e se encantar com essas obras-primas que marcaram e continuam a marcar a literatura mundial.

1.Teoria e crítica literária ,  Silvana Oliveira


Embora o senso comum nos ofereça alguma ideia do é uma obra literária, o primeiro passo no estudo teórico-crítico literário é compreender que o conceito de literatura não é apenas complexo, como também dinâmico.Isso quer dizer que, como nenhum texto literário pode ser desvinculado do período histórico, do lugar ou da cultura em que foi criado, a própria concepção do que é a literatura, já passou por muitas transformações. Nesta obra, debatemos essa e outras questões fundamentais e guiamos você pelo percurso histórico das maiores correntes teórico-críticas da literatura e suas estratégias de interpretação.

2. A análise literária, Massaud Moisés 




Fruto de longa e meditada experiência docente do autor, que foi professor titular de Literatura Portuguesa da Universidade de São Paulo, A Análise Literária visa oferecer àqueles que se iniciam no estudo da Literatura um roteiro capaz de orientá-los no desenvolvimento de suas aptidões para o esclarecimento e compreensão do texto literário. Para tanto, em vez de impor-lhes esquemas ou fórmulas tanto mais simplistas quanto inócuas, cuida de encaminhá-los progressivamente das noções teóricas gerais à prática da análise, para a captação do que o texto possa oferecer de singular e diferencial. Trata-se, portanto, de um valioso instrumento de trabalho para professores e alunos das Faculdades de Letras.


3.Escrita em movimento: Sete princípios do fazer literário, Noel Jaffe

Desde que as oficinas literárias surgiram, debate-se uma questão central: é possível aprender a produzir ficção, da mesma maneira como se estuda outros ofícios? Se existe uma forma de transmitir esse conhecimento, não é com regras e truques de manual, e sim pensando a escrita de modo aberto e livre, através de preceitos norteadores que perpassam a linguagem. E é essa a proposta deste livro, uma reflexão sobre o próprio processo de escrever ― da escolha cuidadosa das palavras à intenção por trás de cada texto, da busca pela originalidade ao mergulho corajoso na experimentação literária.
Sintetizando a vasta experiência de Noemi Jaffe em sala de aula, Escrita em movimento traz também entrevistas com diferentes autores de destaque, como Beatriz Bracher, Milton Hatoum, Eliana Alves Cruz, entre outros, para oferecer variados pontos de vista a respeito dos princípios que estruturam o texto e que integram a caixa de ferramentas de todo artista da palavra, proporcionando um panorama amplo da escrita contemporânea, que recusa todos os rótulos.

4.O método formal nos estudos literários - introdução crítica a uma poética sociológica,Pável Nikoláievintch Medviedev 


O livro O método formal nos estudos literários: introdução crítica a uma poética sociológica foi publicado pela primeira vez em Leningrado (atualmente São Petersburgo) em 1928 e não conhecia tradução para o português até o momento, apesar de sua relevância à compreensão de conceitos desenvolvidos pelos intelectuais do Círculo de Bakhtin. Agora, a versão em nossa língua vem a público, realizada diretamente do russo, primorosamente feita a quatro mãos por uma linguista eslavista, Sheila Camargo Grillo, falante nativa de português, e por Ekaterina Vólkova Américo, teórica da literatura, falante nativa de russo. Embora os títulos – da obra e dos capítulos – sugiram a ideia de estudos exclusivamente literários, a discussão passa por questões fundamentais para a compreensão do gênero do discurso de forma geral. O leitor de hoje, estudioso ou interessado, precisa conhecer essas questões para compreender que, como nos demais trabalhos do Círculo, há sempre uma espécie de resposta a importantes pensadores da linguagem, cujos traços fundamentais são recuperados e problematizados a partir de uma nova visão sobre o tema.

5. Letramento literário: Teoria e prática, Rildo Cosson



Escrito para professores que desejam fazer do letramento literário uma atividade significativa para si e para seus alunos, este livro mostra como reformular, fortalecer e ampliar o estímulo à leitura no Ensino Básico para além das práticas usuais. O autor, de forma sutil e prazerosa, desata os nós da relação entre literatura e educação, propõe a construção de uma comunidade de leitores nas salas de aula e sugere oficinas para o professor adaptar seu trabalho ao letramento literário.

6. Um Pouco de Método. Nos Estudos Literários em Particular, com Extensão às Humanidades em Geral, Roberto Acízelo de Souza


Esse livro apresenta as normas que devem ser seguidas na sistematização de técnicas de estudo, pesquisa e preparação de trabalhos acadêmicos. Quem assimilar seu conteúdo terá mais facilidade para planejar e redigir um ensaio e entender os aspectos mecânicos do processo, para que possa se concentrar melhor no plano criativo, o da elaboração conceitual. Saberá conceber e formalizar um projeto de pesquisa e, ao elaborar projetos, conseguirá definir com clareza a fundamentação metodológica e a teórica necessária aos bons projetos.


7. Um experimento em crítica literária, C.S. Lewis 


No início da década de 1960, quase tudo estava sendo questionado, e não foi diferente com a chamada “crítica literária”. Como acadêmico ilustre e leitor ávido, C.S. Lewis não se furtou à discussão e, contrapondo-se à ortodoxia de seus pares, propôs uma maneira diferente de analisar livros: a partir da experiência de quem lê, e não de quem escreveu. O resultado dessa “crítica à crítica” está nas páginas de Um experimento em crítica literária. Com a fluidez argumentativa que fez do autor de As crônicas de Nárnia um comentador reverenciado até pelos colegas de academia, a proposta inovadora de Lewis sugere que a “boa leitura” envolve uma experiência profunda de envolvimento com a obra e as propostas de quem a escreveu. “Ao ler bons livros, tornei-me mil homens sem deixar de ser eu mesmo”, afirma. Sua noção de avaliação de um trabalho literário tem como pilar o compromisso do crítico em se despir de expectativas e valores pessoais, e entrar no texto com a mente aberta.

8. O livro secreto do escritor, Lilian Cardoso 


Best-seller nº 1 da lista do PublishNews na categoria não ficção e entre os mais vendidos da Veja “Quando estava começando minha carreira há nove anos, Lilian me ajudou colocando meus livros em destaque na mídia, depois me ajudou com a publicação independente do meu primeiro New Adult.[...]” ― Babi A. Sette, escritora best-seller, reconhecida por publicar obras young adult e pioneira em romances de época no Brasil Após ouvir por anos a frase “Eu adoraria escrever um livro, mas não sei por onde começar”, a especialista em marketing Lilian Cardoso decidiu reunir toda sua experiência no mercado editorial para democratizar o ensino sobre como escrever, publicar e divulgar obras de qualidade. O resultado desta imersão é O Livro Secreto do Escritor. Nele, a escritora revela os bastidores do mundo literário, detalha as etapas de lançamentos e desmistifica os rankings dos mais vendidos que, muitas vezes, parecem enigmáticos. O coração deste título, no entanto, está na segunda parte: um workbook para escritores que vai guiá-lo da escolha do tema à conexão com os leitores. Cada capítulo apresenta técnicas, exercícios e ferramentas que ajudarão você a transformar ideias em obras admiradas. Durante a leitura, você vai: Descobrir qual é e como atrair o público-alvo; Escolher os melhores caminhos de publicação e negociar contratos editoriais de forma confiante; Trabalhar o marketing ― a etapa que vai fazer o seu projeto se destacar entre tantas outras publicações. Seja você um escritor iniciante ou experiente em busca de novas estratégias para conquistar o mercado, saiba que este guia tem no título a palavra “secreto” não somente pelo que é revelado, mas porque vai trazer à tona as suas ideias mais originais. Aproveite também os QR Codes com informações atualizadas para ampliar o seu conhecimento neste apaixonante mundo literário.

9. Iniciação à literatura brasileira, Antonio Candido 


Iniciação à literatura brasileira foi concebido por Antonio Candido como um resumo da produção literária do país, tendo como público-alvo leitores estrangeiros. Em três capítulos ―"Manifestações literárias", "A configuração do sistema literário" e "O sistema literário consolidado"―, Candido sintetiza vasto conhecimento em parágrafos de extrema concisão

10. Correio Literário, Wisława Szymborska

O «Correio literário» ― ou «Correio», para os próximos ― era uma seção do semanário Życie Literackie [Vida Literária] em que a poeta Wisława Szymborska respondia às cartas dos estreantes que enviavam seus primeiros escritos com a esperança de serem publicados e entrarem para o panteão literário polonês. As respostas tinham por objetivo orientar e comentar os textos para além do «não publicaremos» protocolar. Para atenuar a negativa a poeta se vale de uma peculiar ironia, como se tentasse, de um só golpe, fincar novamente ao chão os pés dos sonhadores diletantes. Mas esse tom nunca impede reflexões profundas sobre arte, escrita e o comportamento daqueles que vivem escravos das palavras: «a poesia não é (...) uma recreação e uma fuga da vida, mas a própria vida»; «infeliz é aquele artista que não deixa nada atrás de si». Entre um sorriso amarelo e outro, um conselho e um consolo. Este livro, repleto do humor extraordinário da ganhadora do Prêmio Nobel, não é apenas uma coleção de conselhos valiosos e dicas para escritores, mas também uma ótima leitura para amantes da literatura e leitores das obras de Wisława Szymborska que desejam conhecer mais suas opiniões, preferências literárias e escritores favoritos.

60 clássicos literários em domínio público para baixar sem medo



A literatura clássica é uma fonte inesgotável de conhecimento e inspiração. Ela nos lembra da história, das ideias e dos valores que definem a humanidade. No entanto, muitas obras clássicas estão protegidas por direitos autorais, o que pode fazer com que seja difícil ou caro para acessá-las.

Nesta matéria, apresentaremos 60 clássicos literários em domínio público, isto é, obras que não estão protegidas por direitos autorais e podem ser baixadas e lidas sem medo de violações de direitos autorais. Essas obras abrangem uma ampla variedade de gêneros, autores e épocas, oferecendo uma visão abrangente da literatura clássica.

Ao longo do artigo, abordaremos:


1. A importância da literatura clássica: Explicaremos por que a literatura clássica é tão importante e por que é fundamental que ela seja acessível a todos.

2. O domínio público: Definiremos o que é o domínio público e como as obras entram nele.

3. 60 clássicos literários em domínio público: Apresentaremos uma seleção de 60 obras clássicas que estão no domínio público e podem ser baixadas e lidas gratuitamente.

Ao final dessa matéria, você terá uma lista de 60 clássicos literários em domínio público que pode baixar e ler com segurança e confiança. Essas obras abrangerão uma ampla variedade de gêneros, autores e épocas, oferecendo uma visão abrangente da literatura clássica.


1. A importância da literatura clássica


A literatura clássica é importante por diversas razões, incluindo:

1. Reflexão da cultura e história: Os clássicos da literatura refletem a cultura de um povo ou de um período da história da humanidade, oferecendo uma visão mais profunda da vida e das ideias que marcaram a humanidade

2. Artistas verdadeiros: Os autores de clássicos são verdadeiros artistas que se dedicam a trabalhar a linguagem de maneira única e a refletir sobre assuntos que sempre farão parte da humanidade

3. Temas atemporais: Os clássicos da literatura abordam aspectos da vida que são de eterno apelo para a humanidade, como o amor, a vida e a morte, tornando-os sempre contemporâneos

4. Enriquecimento do vocabulário: Ler clássicos da literatura enriquece o vocabulário, pois muitas palavras e expressões usadas hoje em dia têm origem em obras clássicas

5. Conhecimento de outras culturas: Ler clássicos é uma chance de conhecer e se aprofundar sobre outras culturas, oferecendo uma visão mais ampla e diversificada da humanidade

6. Formação do pensamento crítico e criativo: A leitura de obras literárias clássicas contribui para a formação do pensamento crítico e criativo, ajudando a desenvolver habilidades de análise e interpretação

Embora os clássicos possam ser considerados difíceis de ler, é importante ler com um dicionário ao lado para consultar o significado de palavras novas. Além disso, é importante que os professores e pais incentivem a leitura de qualidade e criem formas criativas e interessantes para incentivar a leitura de clássicos.


2. Domínio Público: O que é, como usar e por que existe


O domínio público é uma condição jurídica na qual uma obra não possui o elemento do direito real ou de propriedade que tem o direito autoral, não havendo restrição de uso de uma obra por qualquer um que queira utilizá-la. Do ponto de vista econômico, uma obra em domínio público é livre e gratuita. Nesse sentido, domínio público é o antônimo do direito autoral.

Para que uma obra entre em domínio público, ela deve cumprir algumas condições:

  1.  Possuir autores desconhecidos
  2.  Ter seus autores falecidos e ausente herdeiros
  3.  Expirar o tempo de proteção autoral

A proteção do direito autoral surgiu apenas com a invenção da imprensa (1540), tendo como objetivo as obras de arte, literárias e científicas. No Brasil, a lei que vigora atualmente estabelece que as obras que possuem autores desconhecidos, tem seus autores falecidos e ausente herdeiros, ou expiraram o tempo de proteção autoral estão em domínio público.

O domínio público é importante porque permite a livre reprodução e/ou exploração de obras intelectuais, artísticas e criações científicas, sem a necessidade de autorização prévia do autor. Isso permite que as obras sejam utilizadas e adaptadas, mantendo-se viva e atualizada, como nos casos dos clássicos de Shakespeare e Dom Quixote.

3. 60 clássicos literários em domínio público


1. "Dom Quixote" - Miguel de Cervantes

2. "Os Miseráveis" - Victor Hugo

3. "Orgulho e Preconceito" - Jane Austen

4. "Cem Anos de Solidão" - Gabriel García Márquez

5. "Moby Dick" - Herman Melville

6. Franz Kafka - A metamorfose

7. Ser infeliz - Franz Kafka

8. Um médico rural - Franz Kafka

9. "1984" - George Orwell

10. "Odisseia" - Homero

11. "Ilíada" - Homero

12. "A Divina Comédia" - Dante Alighieri

13. "Crime e Castigo" - Fyodor Dostoevsky

14. "Anna Karenina" - Liev Tolstoy

15. "Jane Eyre" - Charlotte Brontë

16. "O Morro dos Ventos Uivantes" - Emily Brontë

17. "Viagens de Gulliver" - Jonathan Swift

18. Cancioneiro, de Fernando Pessoa

19. Livro do desassossego, de Fernando Pessoa

20. O banqueiro anarquista, de Fernando Pessoa

21. O guardador de rebanhos, de Fernando Pessoa

22. Poemas de Alvaro Campos, de Fernando Pessoa

23. Poemas de Ricardo Reis, de Fernando Pessoa

24.  Lady Susan, de Jane Austen

25. Emma, de Jane Austen

26. Amor e Amizade, de Jane Austen

27. Mansfield Park, de Jane Austen

28. A abadia de Northanger, de Jane Austen

29. Persuasão, de Jane Austen

30. Razão e Sensibilidade, de Jane Austen

31. A divina Comédia, de Dante Alighieri

32. Dom Casmurro, de Machado de Assis

33. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

34. A igreja do Diabo, de Machado de Assis

35.Os lusíadas, de Luiz Vaz de Camões

36. Macbeth, de William Shakespeare

37. O mercador de Veneza, de William Shakespeare

38. A carta, Pero Vaz de Caminha

39. Senhora, de José de Alencar

40. Arte poética, de Aristóteles

41. Este mundo de injustiça globalizada, de José Saramargo

42. O alienista, de Machado de Assis

43. O cortiço, de Aluísio Azevedo

44. Volta ao mundo em 80 dias, de Júlio Verne

45. Alto da barca do inferno, de Gil Vicente

46. A moreninha, Joaquim Manuel Macedo

47. Fausto, Goethe

48. Os sertões, de Euclídes da Cunha

49. Édipo rei, Sófocles

50. Iracema, José de Alencar

51. O Guarani, de José de Alencar

52. Helena, Machado de Assis

53. Triste fim de Policarpo Quarema, de Lima Barreto

54. A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães

55.  O primo basílio, de Eça de Queiroz

56. Memórias de um sargento de milícias, Manuel Antônio de Almeida

57. Quincas Borba, de Machado de Assis

58. Os maias, de Eça de Queiroz

59. Adão e Eva, Machado de Assis

60.  Amor e perdição, de Camilo Castelo Branco

10 livros que falam sobre tragédias reais

As tragédias reais sempre exerceram um fascínio sobre os leitores ávidos por conhecer histórias impactantes e dolorosas. Diante disso, decidimos trazer uma lista com os 10 livros mais marcantes que abordam essas tragédias, retratando eventos que marcaram a humanidade de forma profunda. Prepare-se para se emocionar e refletir com histórias autênticas e surpreendentes, que revelam a capacidade de superação e resiliência do ser humano diante das adversidades mais intensas. Acredite, essas obras vão muito além da simples curiosidade, oferecendo uma oportunidade única de compreender o peso e a complexidade das tragédias reais e as lições que podemos aprender delas. Conheça agora os 10 livros que capturam a essência desses eventos trágicos e mergulhe nessas histórias repletas de emoção, verdade e aprendizado.

Holocausto - Gerald Green



HOLOCAUSTO é o relato de uma das décadas mais negras em toda a história da humanidade. O romance de Gerald Green é ficção apenas na forma. Reconstitui com a fidelidade de um documentário os anos entre 1935 e 1945: a escalada do nazismo, o delírio expansionista de Hitler, o esmagamento da Europa sob os exércitos do Reich, o frio e impiedoso planejamento da "solução final" - o massacre de seis milhões de judeus nos campos de extermínio. Estes tempos trágicos são vistos através da saga da família Weiss, de judeus berlinenses, e da carreira paralela de Erik Dorf, jovem advogado empobrecido que, pressionado por uma esposa ambiciosa, ingressa nas SS e se torna um dos principais arquitetos do monstruoso projeto hitlerista.



Os Meninos que Enganavam Nazistas - Joseph Joffo


Paris, 1941. O país é ocupado pelo exército nazista e o medo invade as casas e as ruas francesas. O poder de Hitler se mostra absoluto e brutal na França… É durante um dos períodos mais turbulentos da História que a emocionante narrativa de Joseph e Maurice se desenrola. Irmãos judeus de 10 e 12 anos de idade, eles perambulam sozinhos pelas estradas, vivendo experiências surpreendentes, tentando escapar da morte e em busca da zona livre para ganhar a liberdade.

Essa é uma história real, autobiográfica, cuja espontaneidade, ternura e humor comprovam o triunfo da humanidade e da empatia nos momentos mais sombrios, quando o perigo está sempre à espreita... Os meninos que enganavam nazistas conta a fantástica e emocionante epopeia de duas crianças judias durante a ocupação, narrada por Joseph, o mais jovem."A Lista de Schindler" - Thomas Keneally

A Casa do Céu - Sara Corbett

Quando criança, Amanda escapava de um lar violento folheando as páginas da revista National Geographic e imaginando-se em lugares exóticos. Aos dezenove anos, trabalhando como garçonete, ela começou a economizar o dinheiro das gorjetas para viajar pelo mundo. Na tentativa de compreendê-lo e dar sentido à vida, viajou como mochileira pela América Latina, Laos, Bangladesh e Índia. Encorajada por suas experiências, acabou indo também ao Sudão, Síria e Paquistão. Em países castigados pela guerra, como o Afeganistão e o Iraque, ela iniciou uma carreira como repórter de televisão. Até que, em agosto de 2008, viajou para a Somália - "o país mais perigoso do mundo". No quarto dia, ela foi sequestrada por um grupo de homens mascarados em uma estrada de terra. Mantida em cativeiro por 460 dias, Amanda converteu-se ao islamismo como tática de sobrevivência, recebeu "lições sobre como ser uma boa esposa" e se arriscou em uma fuga audaciosa. Ocupando uma série de casas abandonadas no meio do deserto, ela sobreviveu através de suas lembranças - cada um dos detalhes do mundo em que vivia antes do cativeiro -, arquitetando estratégias, criando forças e esperança. Nos momentos de maior desespero, ela visitava uma casa no céu, muito acima da mulher aprisionada com correntes, no escuro e que sofria com as torturas que lhe eram impostas.


O Diário de Anne Frank - Anne Frank


O diário de Anne Frank, o depoimento da pequena Anne, morta pelos nazistas após passar anos escondida no sótão de uma casa em Amsterdã, ainda hoje emociona leitores no mundo inteiro. Suas anotações narram os sentimentos, os medos e as pequenas alegrias de uma menina judia que, como sua família, lutou em vão para sobreviver ao Holocausto.

Uma poderosa lembrança dos horrores de uma guerra, um testemunho eloquente do espírito humano. Assim podemos descrever os relatos feitos por Anne em seu diário. Isolados do mundo exterior, os Frank enfrentaram a fome, o tédio e a terrível realidade do confinamento, além da ameaça constante de serem descobertos. Nas páginas de seu diário, Anne Frank registra as impressões sobre esse longo período no esconderijo. Alternando momentos de medo e alegria, as anotações se mostram um fascinante relato sobre a coragem e a fraqueza humanas e, sobretudo, um vigoroso autorretrato de uma menina sensível e determinada.

A príncipio, escreveu seu diário apenas para si. No entanto, ao ouvir no rádio um membro do governo holandês sugerir que diários e cartas documentando a ocupação alemã fossem publicados após a guerra, ela resolveu que, assim que o conflito acabasse, iria publicar um livro, tendo seu diário como base. Então começou a reescrevê-lo, melhorando o texto, omitindo algumas passagens e acrescentando outras.

Após a captura dos moradores do anexo secreto, as secretárias que trabalhavam no prédio encontraram o diário. Quando a guerra acabou, entregaram tudo a Otto Frank, que continuou o desejo da filha, selecionando seus escritos e organizando-os numa versão mais concisa do diário, publicado em 1947.

Os Filhos de Hitler - Gerald Posner

Por meio deste relato surpreendente, o autor Gerald L. Posner nos revela, como os filhos de nazistas proeminentes julgam os pecados dos pais como testemunhas oculares da história e como familiares. Muitos deles cresceram na atmosfera privilegiada do círculo íntimo de Hitler e evocam o Terceiro Reich pelos olhos da infância.

Rolf Mengele, por exemplo, conta como descobriu o pai vivo no Brasil e viajou até aqui às escondidas para confrontar o "Anjo da Morte" sobre os crimes em Auschwitz. Wolf Hess defende com orgulho o pai, Rudolf, o vice-Führer, e seu surpreendente voo solitário em 1941 para a Grã-Bretanha. Ilustradas com fotografias reveladoras, muitas delas inéditas, estas são histórias cruciais, que proporcionam uma nova visão da vida privada e das ações públicas daqueles que trabalharam próximos de Adolf Hitler e foram testemunhas oculares do regime de terror mais perverso de todos os tempos.

A Noite - Elie Wiesel


Em uma cidade que hoje é parte da Romênia, Eliezer se dedicava aos estudos judaicos quando, em 1944, sua família foi transferida para os guetos e, depois, aos campos de concentração.

A mãe e a irmã mais nova foram mortas logo ao chegar, enquanto Elie e o pai seguiram juntos na luta pela sobrevivência. Com apenas 15 anos, ele enfrentou a fome, o frio e a tortura, testemunhando a morte das piores formas possíveis.

Neste livro, Elie narra suas memórias em um relato conciso, com uma linguagem direta que surpreende pela intensidade.

Mas ele vai além, ao expressar a perda da inocência, a sensação de abandono quando deixa de acreditar em Deus e a vergonha de ter sua dignidade arruinada pela banalização do horror

Foi com A noite que ele enfim reencontrou sua voz dez anos após o Holocausto, descobrindo na preservação da memória um sentido para sua sobrevivência."Depois de Auschwitz" - Eva Schloss

Operação Valkíria - Philipp von Boeselager


Em 18 de julho de 1944, Philipp von Boeselager, jovem oficial alemão, liderou 1.200 cavaleiros da Wehrmacht. O objetivo deles, conhecido apenas por Philipp, era retomar a capital alemã e tirar o poder do Reich depois de um atentado contra Hitler. A história deste complô, designado Operação Valquíria, é narrada neste livro pelo último sobrevivente e um dos principais integrantes da conspiração. Quando a Segunda Guerra Mundial irrompeu, Philipp von Boeselager - criado em uma aristocrática e tradicional família católica de Renânia, onde a liberdade de pensamento e o senso de responsabilidade eram as bases da educação - lutou entusiasticamente por seu país como oficial da cavalaria. No verão de 1942, no entanto, ao testemunhar a brutalidade do regime contra judeus e ciganos, seu patriotismo transformou-se rapidamente em desprezo, e Philipp tomou o caminho da desobediência e da resistência - uma alta traição para os alemães da época. Em Operação Valquíria, ele conta seu itinerário sinuoso, notadamente na França e depois na União Soviética, que culminou com o convencimento da necessidade de matar Hitler. O percurso do autor é bastante parecido com o de outros oficiais rebelados: filhos da burguesia ou da aristocracia, que começaram a apoiar lealmente o regime antes de integrarem a resistência. A decisão de entrar para a dissidência foi fruto de longo amadurecimento, e o fato de o complô ter seguido em frente, resultado de circunstâncias fortuitas, como o encontro providencial com o carismático Henning von Tresckow - um dos membros da resistência que pertencia ao centro do Exército - executado em 1944, aos 33 anos. Após uma tentativa frustrada, em que uma bomba destinada ao Führer não explodiu, Boeselager conseguiu retirar sua tropa antes que os outros conspiradores fossem detidos, torturados e executados. Nenhum deles o traiu.

Todo dia a mesma noite, de Daniel Arbex


Ao reconstituir de maneira sensível e inédita os acontecimentos da madrugada de 27 de janeiro de 2013, quando a cidade de Santa Maria perdeu de uma só vez 242 vidas, Daniela Arbex constrói uma obra que homenageia as vítimas e dá voz aos envolvidos em um dos episódios mais estarrecedores da história do país. Agora, dez anos após a tragédia, o livro dá origem a uma minissérie produzida pela Netflix e dirigida por Julia Rezende, com estreia marcada para o dia 25 de janeiro. No elenco, há nomes como Thelmo Fernandes (Os Salafrários) e Leonardo Medeiros (O Mecanismo) e Bianca Byington (Homem Onça).

Para sentir e entender a verdadeira dimensão de uma catástrofe sobre a qual já se pensava saber quase tudo, foram necessárias centenas de horas dos depoimentos de sobreviventes, familiares das vítimas, equipes de resgate e profissionais da área da saúde ― ouvidos pela primeira vez neste livro. Daniela Arbex produziu um memorial para as vítimas dessa noite tenebrosa, que nos transporta até o momento em que as pessoas se amontoaram nos banheiros da Kiss em busca de ar, ao ginásio onde pais foram buscar seus filhos mortos, aos hospitais onde se tentava desesperadamente salvar as vidas que se esvaíam. A autora também foi em busca dos que continuam vivos, dos dias seguintes, das consequências de descuidos banalizados por empresários, políticos e cidadãos.

A leitura de Todo dia a mesma noite é uma dolorosa e necessária tomada de consciência, um despertar de empatia pelos jovens que tiveram o futuro barbaramente arrancado. Enxergá-los com tanta vivacidade no livro é um exercício que afasta qualquer apaziguamento que possamos sentir em relação ao crime, ainda impune.

Livros da literatura russa para conhecer em 2024

Este ano surgiu com uma ótima oportunidade para explorar e se envolver em novas leituras fora da curva, e neste contexto, conhecer novas culturas e obras de outros países. No fascinante mundo da literatura russa, célebre por sua profundidade e riqueza, há uma infinidade de tesouros a serem descobertos. Entre os clássicos eternos e as obras contemporâneas, cinco livros se destacam como imperdíveis para aqueles que desejam desvendar as complexidades da cultura russa. Junte-se a nós nesta cativante jornada literária e mergulhe em histórias que seduzirão sua imaginação, desafiarão seus pensamentos e o transportarão para um universo tão vasto quanto a própria Rússia.

Desde os clássicos de Tolstói e Dostoiévski até as jóias escondidas da nova geração de escritores russos, esteja preparado para entrar em um universo literário único e cheio de surpresas. Nas páginas destes livros, pontuadas por melodrama, romance e intriga política, você encontrará um cenário repleto de personagens inesquecíveis e reflexões profundas sobre a condição humana. Portanto, junte-se a nós e descubra os cinco livros da literatura russa que estão destinados a conquistar seu coração e marcar seu ano de 2024 com histórias que transcenderão o tempo e o espaço. Previna-se para se apaixonar pela literatura russa e embarque em uma jornada literária extraordinária.

1. O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov

O mestre e Margarida narra a fantástica chegada do diabo em plena Moscou comunista dos anos 1930. Tudo começa em uma tarde de primavera, quando Satanás e seu séquito diabólico decidem visitar a cidade e encontram poetas, editores, burocratas e todo tipo de pessoas tentando levar a vida em pleno regime comunista. Depois dessa visita, nada será como antes: um rastro de destruição e loucura mudará o destino de quem cruzá-lo. A brilhante narrativa de Bulgákov vai muito além de seus aspectos fantásticos e cômicos. Com um estilo absolutamente original, Bulgákov aborda a liberdade da escrita e a força do amor em tempos adversos, e faz uma sátira devastadora da vida sob o regime soviético. Bulgákov levou cerca de dez anos para terminar o livro e chegou a queimar uma versão inicial. Apenas seu círculo mais íntimo de conhecidos sabia da existência do romance e, também, da impossibilidade de lançá-lo durante o regime stalinista. O livro sobreviveu por mais de duas décadas e, contra todas as previsões, tornou-se um fenômeno. Acabou, assim, por confirmar uma frase dita no romance pelo próprio diabo, e que na Rússia se tornou proverbial: "Manuscritos não ardem".


2. Os irmãos Karamazov, de Dostoiévski


Os irmãos Karamázov é o último romance de Dostoiévski. No fundo, ele resume toda a criatividade do escritor, trazendo à baila as “malditas” questões existenciais que o afligiram a vida inteira, com especial relevo para a flagrante degradação moral da humanidade afastada dos ideais cristãos. Cheia de peripécias, a narrativa põe em foco três protagonistas irmãos, representantes dos mais diversos aspectos da realidade russa – o libertino Dmítri, o niilista Ivan e o sublime Aliocha –, a fim de alumiar as profundezas insondáveis do coração entregue ao pecado, corrompido por dúvidas ou transbordantede amor.

3. Meninas, de Liudmila Ulítskaia (Editora 34, 2021)

Ambientados em Moscou na década de 1950, próximo da morte de Stálin, os contos que compõem “Meninas” têm como protagonistas garotas que vão dos nove aos onze anos. Sua juventude se confunde com as lembranças da própria autora, que viveu a infância e adolescência nesse mesmo período. Traduzido para o português por Perpétuo, esse é o primeiro livro da autora publicado no Brasil. Ainda que seja uma ilustre desconhecida para os leitores brasileiros, Ulítskaia é uma das principais escritoras russas em atividade, vem sendo cotada todos os anos para o prêmio Nobel e integra o que o jornalista e tradutor considera como uma forte tendência feminina dentro da literatura contemporânea do país.

4. “Os Sonhos Teus Vão Acabar Contigo”, de Daniil Kharms (Kalinka, 2013)

Se o papo é sobre obras de escritores menos conhecidos da literatura russa, o trabalho da editora Kalinka pode ser considerado um grande destaque no cenário brasileiro, aponta Perpétuo. E, dentro de seu rico catálogo, uma das principais joias é este livro de Daniil Kharms (1905-1942), “um brilhante escritor satírico, vanguardista e absurdista da primeira metade do século 20, cuja produção só foi publicada na Rússia a partir da glasnost de Gorbatchov.” Por sua vez, “Os Sonhos Teus Vão Acabar Contigo” é uma coletânea que engloba sua produção infantil, pela qual ficou mais famoso na União Soviética, além de contos, peças de teatro, poesias e a conhecida novela “A Velha” — encenada no teatro no Brasil por ninguém menos que o ator Willem Dafoe e o bailarino Mikhail Baryshnikov.

5.“Era uma Vez uma Mulher que Tentou Matar o Bebê da Vizinha”, de Liudmila Petruchévskaia (Companhia das Letras, 2018)


Quem andou frequentando livrarias nos últimos anos não vai estranhar o título quilométrico nem a capa em vermelho vivo estampando um ameaçador gato preto. Autora best-seller e altamente premiada, Petruchévskaia chegou às estantes brasileiras com pompa neste bizarro livro de contos. Considerada uma das maiores escritoras russas vivas, aqui ela remete às tradições folclóricas de seu país para criar assombrações, pesadelos e acontecimentos macabros dotados de um humor bastante contemporâneo e com um fundinho político. Vista por Vassina como a mãe do pós-modernismo literário russo, na opinião da especialista a escritora “dialoga com vários arquétipos da literatura clássica russa”.

6.“Parque Cultural”, de Serguei Dovlátov (Kalinka, 2016)

Citado por ambos os especialistas, Dovlátov (1941-1990) foi um escritor satírico russo que só conseguiu publicar depois de emigrar para os EUA. O que é compreensível, já que, segundo Perpétuo, “seus livros hilariantes são sátiras demolidoras e dilacerantes do modo de vida na URSS”. Dentre sua obra ainda pouco publicada no Brasil, Vassina destaca “Parque Cultural”. A novela se passa num parque-museu fictício, dedicado à memória do clássico escritor russo Aleksándr Púchkin (1799-1837). Ali, o narrador, alter ego do escritor, desconstrói a aura soviética que se formou em torno de Púchkin, desfiando de forma mordaz questões sociais importantes da era Brejnev, nos anos 1970, como o alcoolismo, a censura, o antissemitismo e a emigração. “Uma desconstrução dos mitos soviéticos”, declara Vassina.

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7 Livros para compreender o autismo

O autismo é um transtorno complexo do desenvolvimento que afeta a forma como uma pessoa percebe o mundo, interage com os outros e processa informações. Tendo sido reconhecido pela primeira vez na década de 1940, o autismo tem despertado cada vez mais interesse e atenção nas últimas décadas, à medida que se busca compreender melhor essa condição e encontrar formas de melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo. Não é surpreendente, portanto, que a literatura sobre o assunto também tenha se multiplicado, fornecendo uma ampla gama de livros informativos que visam educar e conscientizar o público sobre o autismo. Nesta matéria, apresentaremos uma seleção de livros que podem ser uma fonte valiosa de conhecimento e esclarecimento para aqueles que desejam se informar sobre o autismo, oferecendo uma visão abrangente e atualizada sobre esse transtorno ainda cercado de muitas dúvidas e estereótipos.

o menino que nunca sorriu (Fábio Barbirato & Gabriela Dias)

Um menino que até os 7 anos nunca deu um sorriso. A adolescente vítima de ansiedade e bullying que perdeu 20 quilos e passou a sofrer de anorexia. Um jovem que se recusava a entrar em ônibus cheio mas sabia os nomes de todas as ruas num percurso de 500 quilômetros. Personagens verdadeiros como esses frequentam o Ambulatório da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, no Rio de Janeiro, referência no país, que tem à frente o renomado psiquiatra infantil Fabio Barbirato. Neste livro, ele e sua mulher, a também médica Gabriela Dias, reúnem emocionantes histórias de jovens portadores de autismo, ansiedade, depressão, hiperatividade e outros transtornos que levam sofrimento não só a eles, mas também às suas famílias. São 32 crônicas da vida real, surpreendentes, que jogam luz sobre um universo pouco falado e cercado de preconceitos.


O cérebro autista (Temple Grandin& Richard Panek)

Em O Cérebro Autista, os autores Temple Grandin e Richard Panek refletem e explicam sobre questões que nem sempre são comentadas em uma obra de 252 páginas. O livro apresenta pesquisas sobre o autismo e terapias disponíveis. De acordo com os autores, os leitores são apresentados a cientistas e que exploram teorias inovadoras sobre as causas do transtorno. No Brasil, a obra é publicada pela editora Record, com tradução de Cristina Cavalcanti. O livro pode ser adquirido por cerca de R$ 47 em capa comum. Já a versão mobile tem valores que partem de R$ 44.


Autismo: Humano à sua maneira – Um novo olhar sobre o Autismo (Prizant & Meyer)


Nesta obra, o doutor Barry M. Prizant apresenta um guia essencial para orientar pais, familiares e profissionais de saúde, sempre pautado na ciência, de forma humanizada e inclusiva, com estratégias extremamente eficazes. E vai além, ao expandir a compreensão do que é o autismo e do modo como este impacta a vida das pessoas que convivem com ele.

Em vez de buscar suprimir os “sintomas”, Prizant concentra-se em desvendar as causas emocionais do comportamento da criança e do adulto autista, proporcionando ferramentas efetivas de desenvolvimento. Humano à sua maneira oferece uma nova perspectiva sobre o autismo, propondo que a linguagem social de pessoas dentro do espectro apenas se assemelha a um idioma estrangeiro. Dessa forma, sua compreensão desvela que o autismo não é uma doença, mas, sim, um jeito próprio de ser humano.

Simplificando o Autismo: Para pais, familiares e profissionais (Thiago Castro)


"Simplificando o Autismo" é uma obra completa e abrangente que aborda o transtorno do espectro autista (TEA) de maneira cuidadosa, compreensiva e sensível. Coordenado pelo renomado médico Dr. Thiago Castro, que traz não apenas sua expertise profissional, mas também sua vivência única como pai de uma criança autista, o livro oferece uma perspectiva rara e autêntica sobre o tema.

Por meio de uma linguagem acessível e embasada, o Dr. Thiago e coautores especialistas exploram diversos aspectos do autismo, desde os primeiros sinais e o diagnóstico precoce, até as dificuldades enfrentadas na busca por profissionais capacitados, terapias, inclusão escolar e convivência social. A obra é destinada tanto a pais que desejam compreender melhor o transtorno e lidar com seus desafios, quanto a profissionais que trabalham na área e buscam aprimorar seus conhecimentos.

"Simplificando o Autismo" é uma leitura que ensina o que é o autismo, sua história, os diferentes níveis do espectro e o tratamento adequado para cada um deles. Ainda, oferece orientações práticas para vencer dilemas do dia a dia, como a realização de tratamentos domiciliares de baixo custo, explora os direitos e a inclusão escolar, e proporciona clareza sobre a genética, exames, comorbidades, medicações e mitos relacionados ao autismo.

A obra é uma referência indispensável para pais e profissionais que buscam compreender e lidar com o transtorno do espectro autista. Leitura fundamental para quem deseja mergulhar nesse universo e promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.

O que a ciência nos diz sobre o transtorno do espectro autista: fazendo as escolhas certas para o seu filho (Bernier, Dawson, Nigg, Maria & Rosa)


Em O que a ciência nos diz sobre o transtorno do espectro autista: fazendo as escolhas certas para o seu filho, Raphael A. Bernier, Geraldine Dawson e Joel T. Nigg reúnem as mais recentes descobertas científicas a respeito do autismo e as apresentam em linguagem acessível. Este livro, também disponível em formato eletrônico (e-book), aborda desde as características essenciais do espectro autista, passando pelo diagnóstico do transtorno, os níveis de severidade e prejuízo, as comorbidades mais comuns e o transtorno do espectro autista (TEA) em diferentes fases da vida – na infância, na adolescência e na vida adulta. Além disso, configura-se como recurso fundamental para pais e psicólogos ao tratar temas como melhores práticas para ajudar uma criança com autismo; exercício, sono e autismo; nutrição e problemas gastrintestinais e alimentares; promessas e perigos do uso da tecnologia; inserção acadêmica e no mercado de trabalho.


O autismo como estrutura subjetiva: Estudo sobre a experiência do autista na linguagem e com a palavra (Cirlana Rodrigues de Souza)


O que a autora oferece à leitura é fruto de seu intenso esforço em registrar o que sua prática com crianças, efetivamente clínica, lhe transmitiu. Assinala-se que ela não trata das crianças conformadas aos ideais sociais, mas, justamente, aquelas que desde a primeira infância se contrapõem a padrões de normalidade perseguidos pelo discurso vigente.


Cirlana propõe considerar algumas apresentações pelas quais a linguagem pode incidir numa modalidade de corpo, conjugando-se na estruturação de um sujeito qualquer, focalizando formas surpreendentes. Assim, a autora se dedica a destacar, nos autistas, os efeitos paradoxais incomensuráveis que tangenciam certas operações de linguagem que se redobram sobre ela mesma para negá-la, assim, perpetuando-a.

A densa trajetória aqui tramada fisga o leitor, exigindo interesse e esforço, posto que convoca o clínico a transitar por uma constelação tensionada por conceitos pouco tratados que resistem à biunivocidade e ao mero encobrimento. É o que acirra o necessário debate sobre o furo da linguagem que, num só tempo, mantém-se incluído e em exterioridade a ela.


O autismo em meninas e mulheres: Diferença e interseccinalidade ( Sílvia Ester Orrú)


Esta obra apresenta os estudos mais recentes sobre o autismo no feminino e a importância de que toda a sociedade tenha consciência disso, especialmente as famílias e profissionais da educação e da saúde. A autora destaca a Diferença e a Interseccionalidade como elementos constitutivos da subjetividade de cada mulher, de cada menina. As investigações sobre como o autismo impacta o feminino são muito recentes e há muitas inquietações e desafios por vir. Com linguagem clara, esta é uma leitura necessária para conhecer mais do universo feminino permeado pelo autismo.

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Saltburn: Erótico e provocativo

Saltburn é um thriller erótico ousado e provocante, dirigido e escrito por Emerald Fennell, a vencedora do Oscar por Promising Young Woman. O filme é uma releitura moderna de The Talented Mr. Ripley, ambientada na Inglaterra dos anos 2000, e conta a história de Oliver Quick (Barry Keoghan), um estudante de Oxford que se infiltra na família rica e decadente de Felix Catton (Jacob Elordi), um aristocrata bonito e carismático. O filme explora os temas da obsessão, da identidade, da classe e do desejo, com um estilo visual deslumbrante e um humor ácido. O elenco é excelente, com destaque para Keoghan, que interpreta Oliver com uma mistura de vulnerabilidade e perversidade, e Elordi, que encarna Felix com uma elegância natural e uma inocência quase ingênua. O filme também conta com a participação de Rosamund Pike, que rouba a cena como Elspeth, a mãe de Felix, uma ex-modelo glamourosa e cruel. Saltburn é um filme que desafia as expectativas e surpreende com seus momentos chocantes, que vão desde o nojento ao hilário. É uma obra que diverte e perturba, e que mostra o talento e a ambição de Fennell como cineasta. Saltburn é, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano

[RESENHA #977] Ossada Perpétua, de Anna Kuzminska

Livro de estreia de Anna Kuzminska, fotógrafa e autora fluminense, Ossada Perpétua tateia um tipo peculiar de luto. A ausência dita comportamentos, o passado está eivado nas entranhas do vivos, mas a existência segue um compasso de normalidade.

As personagens de Anna parecem sempre querer fugir da realidade (ou do sonho) por meio do falatório vazio, do silêncio transfigurado em nota musical, da recusa do conforto fraternal, e, às vezes, da arte.

O jogo que se trava entre os desejos e as crenças das personagens é confrontado pelo insólito de desenterrar um pai sem túmulo, ou pela aprendizagem dos limites e transgressões durante a infância.

Anna circula Deus e o amor, as memórias germinando desejos, o cotidiano da morte, o avesso da morte, a negação da morte, a recusa da morte.


RESENHA


O livro “Ossada Perpétua” da autora Anna Kuzminská é uma obra que representa uma escrita profunda, reflexiva e estimulante. Com uma narrativa fragmentada e poética, a autora constrói uma trama repleta de simbolismos e metáforas, explorando temas como a busca pelo sentido da existência e a complexa relação com a finitude.

A escrita de Kuzmin se caracteriza pelo caráter crítico, lidando com situações polêmicas que criam conflitos entre personagens e provocam reflexões sobre autoridade, moralidade e como cada pessoa lida com a morte. A relação dos filhos com o pai falecido e a figura da mãe como elemento assertivo central da família são aspectos que o livro enfatiza.

A profundidade das perguntas e a linguagem poética utilizada permitem ao leitor mergulhar no pensamento dos personagens. Trechos do diário de quarentena revelam uma introspecção intensa, a exploração de pensamentos sombrios e o impacto da solidão e da incerteza no estado emocional do narrador. A escrita de Kuzmin desperta um sentimento de identificação com as ambigüidades da condição humana.

Uma característica distintiva da escrita do autor é também a criação de imagens vivas e uma atmosfera envolvente. A descrição da figueira como elemento constante e imperturbável representa a resiliência e a presença constante da morte na vida de cada pessoa. Os vitrais da igreja, representando a história de Jesus, reforçam a abordagem da finitude e da morte como temas centrais da obra.

Comparada a autores consagrados como Karl Ove Knausgård e Elena Ferrante, a escrita de Kuzminsky se destaca pela honestidade, reflexividade e abordagem às complexidades das relações familiares. A autora traz sua voz distinta, explora questões existenciais e a relação interna entre vida e morte de forma original.


[RESENHA #976] Jiboia, de Cecília Garcia


Animalescos, os 16 contos de Cecília Garcia nessa coletânea misturam o fantástico, o cotidiano, passagens bíblicas e panteões de outras fés. Com doses de terror, as histórias de Jiboia nos mantêm alertas, saboreando cada linha com curiosidade e receio.

Jiboia são os bichos internos e externos que Cecília Garcia alimentou ao longo dos anos reunidos em um único livro-selva.Abrir estas páginas é se perder no coração pulsante de um labirinto de obsessões, paixões frustradas, loucuras e medos de toda sorte. Para Ana Rüsche, que assina a orelha desta edição, “os dezesseis contos de Cecília Garcia encaixam-se perfeitamente” ao abordar “personagens curiosos, como biólogas em selvas urbanas, cujas artes não se distinguem de magos, curandeiras e bruxas, e paisagens incomuns na literatura, como madeireiras ou um bunker de um pecuarista”.

RESENHA

Jibóia é, como descrito, um livro de contos animalescos. A obra de Cecília Garcia é um mistério como sua capa, seu enredo é meticulosamente escrito para nos entreter por horas sem fim. A obra é um emaranhado de contos variados em confusões internas e cotidianas. No primeiro conto, a mãe verde, a autora nos convida à experienciar a vida de uma mulher negra de cabelos ruivos dona de um salão de beleza, ela, que antes era devota de Iansã, se vê cristã. Vivendo entre a margem da marginalização e da pobreza, a autora descreve com maestria pratos quebrados, medo, terror e desconhecido. A personagem é resiliente, firme e morada contante de vibrações espirituais, que como narradas pelos filhos, demônios que a fazem subir, cambalear, saltar entre o chão e o lustre e falar palavras indecifráveis. O retrato construído entre os personagens é caótico e completamente único.

No segundo conto, cerol na galinha, narra um episódio de um garoto que decepa a cabeça de um motoqueiro enquanto brinca de pipa, ele não sente culpa no ato, mas reflete na similitude entre o corte do motoqueiro e o corte da cabeça de uma galinha, que, ainda sem a cabeça consegue andar. A ladeira jorrava sangue, menstruada e sem calcinha [...] depois do corpo retirado, o menino jurando nunca mais empinar pipa. (p.15 - grifos meus). O encontro cruel que o destino preparou entre o fim da inocência de um garoto que não compreende a morte e deseja no fundo de seu coração que o motorista se levante e saia andando como uma galinha, ainda que para morrer depois. Um conto visceral.

O conto, Jiboia, narra a vida de uma bióloga aposentada que deixou a floresta para morar no centro de São Paulo em um apartamento abarrotado de plantas e jiboias que descem do teto ao chão. Ela é solitária, mas gosta da vida. A narrativa ocorre em primeira e terceira pessoa de forma simultânea, narrando os pensamentos e episódios da moradora, bem como seu encontro com o boitatá que grava tudo em um gravador e escreve sua história toda em um caderno, que como ela diz, tem uma história que precisa ser contada como um furo, como as histórias das mulheres loucas e desacreditadas. Em síntese, um conto emblemático.


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