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Resenha: O senhor das moscas, de William Golding


Um grupo de jovens é retirado de uma cidade atingida por um bombardeio atômico. Eles passam a viver numa ilha deserta do Pacífico e lá reconstituem os valores da sociedade em que viveram. Este romance é considerado a obra-prima do prêmio Nobel de 1983.

Ficção / Romance / Distopia


GOLDING, William. Martin Claret: O senhor das moscas, 2011, 258p

O Senhor das Moscas (Lord of the Flies, em inglês) é um livro de alegoria escrito por William Golding, vencedor do Prêmio Nobel em 1983. Foi publicado em 1954. Embora não tenha sido um grande sucesso à época – vendendo menos de 3000 cópias nos Estados Unidos em 1955 antes de sair de catálogo – com o tempo tornou-se um grande sucesso, e leitura obrigatória em muitas escolas e colégios. Foi adaptado para o cinema em 1963 por Peter Brook e novamente em 1990, filme estes que também passaram a ser exibidos em diversas instituições educacionais. O título é uma referência a Belzebu (do nome hebraico Ba’al Zebub), um sinônimo para o nome Diabo. É geralmente lembrado como um clássico da literatura do pós-guerra, ao lado de A Revolução dos Bichos e O Apanhador no Campo de Centeio.

O livro retrata a regressão à selvageria de um grupo de crianças inglesas de um colégio interno, presos em uma ilha deserta sem a supervisão de adultos, após a queda do avião que as transportava para longe da guerra.

Temas
“O Senhor das Moscas” contém inúmeros temas e simbolismos. Qualquer um dos personagens pode representar diferentes papéis na sociedade.
Ralph pode representar a democracia, uma vez que ele é o líder por escolha da maioria e tenta tomar as decisões que sejam melhores para todos.
Jack pode representar o fascismo, uma vez que é cruel e tenciona controlar a todos na ilha.
Porquinho pode representar a ciência, uma vez que ele age de modo lógico e é impopular, mas necessário a longo prazo.
O coral de meninos que se transforma no grupo de caçadores representaria o exército: eles fazem o que Jack determina porque é melhor para eles estarem inseridos no grupo do que contra ele.
Sam e Eric representariam as pessoas que são impressionáveis, e que tendem a não pensar por si próprias. Em diversas partes do livro, seu comportamento imita o dos cães.
O "Bicho" representa a propaganda, causando medo por um inimigo nunca visto e usada para unir os meninos ao redor de Jack.
Simon representaria a fé e a religião, por ter visões e revelações místicas. Também poderia ser caracterizado como tendo esquizofrenia.
Os óculos representariam a razão e a habilidade de se ver com clareza.
A concha representa ordem e democracia na ilha.

Outras interpretações consideram não tanto uma alegoria política, mas uma alegoria social. Esta linha de pensamento indicaria que:

Ralph representa o governo, a ordem e a responsabilidade.
Porquinho representa a inteligência e a razão, não importando o quão impopular a verdade possa ser.
Jack representa a barbárie, o lado negro da humanidade.
A concha representa a civilização, e quando Jack a abandona, ele rompe as amarras que o prendem ao mundo moderno.
O fogo representa a utilidade, um meio para um fim, o qual, quando usado de modo incorreto, se torna um fim em si mesmo.
O Senhor das Moscas representa o Mal escondido no coração de todos.

Análises

Muitos interpretaram "O Senhor das Moscas " como um trabalho de filosofia moral. O cenário da ilha, um paraíso com toda a comida e a água necessários, pode ser visto como uma metáfora para o Jardim do Éden. Assim, a primeira aparição do “Bicho” seria o surgimento da serpente, como o mal surge no livro de Gênesis.
Um dos principais temas do livro é a natureza do Mal. Isto pode ser claramente visto na conversa que Simon mantem com o crânio do porco, que se refere a si mesmo como “O Senhor das Moscas” (uma tradução literal do nome hebraico de Ba'alzevuv, ou Beelzebub em grego). O nome, enquanto se refere aos enxames de moscas sobre si, claramente refere-se ao personagem bíblico.

O AUTOR
William Golding é um escritor britânico, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1983. Golding é autor de romances, poemas e peças de teatro. Publicou seu primeiro romance, O Senhor das Moscas (Lord of the Flies) em 1954, alcançando grande sucesso em diversos países. Outros romances de sua autoria foram Os Herdeiros (The Inheritors, 1955) e Ritos de Passagem (Rites of Passage, 1980).
Sua obra aborda principalmente temas de sobrevivência em situações adversas, marcadas por isolamento e fragmentação da sociedade. Golding foi muito prestigiado ainda em vida, recebendo, além do Prêmio Nobel, o Booker Prize de 1980 e sendo ordenado cavaleiro pela Rainha Elizabeth II em 1988. Morreu em 1993.
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