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Documentário: Ilha das Flores, por Jorge Furtado


Ilha das Flores é um pseudodocumentário de curta-metragem brasileiro de 1989, dirigido por Jorge Furtado e produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre com apoio da Kodak do Brasil, Curt-Alex Laboratórios e Álamo Estúdios de Som. De forma ácida e com uma linguagem quase científica, o curta mostra como a economia gera relações desiguais entre os seres humanos. O próprio roteirista/diretor já afirmou em entrevista que o texto do filme é inspirado em suas leituras de Kurt Vonnegut ("Café-da-manhã dos Campeões"/ "Breakfast of Champions") e nos filmes de Alain Resnais ("Meu Tio da América"/ "Mon Oncle d'Amérique"), entre outros. Embora tenha um leve cunho humorístico, a mensagem que o filme transmite ao espectador sobre como os seres humanos tratam uns aos outros é mostrada de forma séria. - Wikipédia.

Tipos de argumentos em Ilha das Flores

Existem vários tipos de argumentos, dentre eles, o argumento
• de autoridade
• baseado em consenso
• baseado em provas concretas
• baseado no raciocínio lógico

É interessante notar que há um discurso pretensamente científico, que se caracterizaria como argumento de “autoridade”, mas sem explicitar seus autores; a cada novo elemento do filme, o narrador emite um conceito que, embora correto, apresenta uma visão inusitada, estranha, diferente do tradicional. Por exemplo:

• Um dia é o intervalo de tempo que o planeta Terra leva para girar completamente sob o seu próprio eixo;
• Terreno é uma porção de terra que tem um dono e uma cerca;
• De origem orgânica é tudo aquilo que um dia esteve vivo na forma animal e vegetal;
• Uma prova de história é um teste da capacidade de um telencéfalo de um ser humano de recordar dados referentes ao estudo da História.


Entre as estratégias argumentativas usadas com a finalidade de convencer, temos a argumentação pelo absurdo, que se revela na contradição entre texto narrado e imagem, pela ironia desvendada nessa relação.

Assim, ao final do percurso narrativo-argumentativo, Jorge Furtado conclui sua história: "O que coloca os (os seres humanos) abaixo dos porcos é o fato de não terem dinheiro nem dono." E encerra acrescentando um dado à definição de ser humano: “o ser humano se diferencia dos outros animais pelo telencéfalo altamente desenvolvido, pelo polegar opositor e por ser livre.

Na tela, o que vemos é a miséria e sofrimento de seres humanos, que vivem em condições piores que porcos.

Sinopse (ou Resenha-resumo): É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de um filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo, pois o objetivo principal é informar o leitor.

Resenha-crítica: É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião.

Resenha crítica do curta-metragem Ilha das Flores


O documentário “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado produzido em 1989, é de uma rara profundidade que exprime toda a banalização a que foi submetida o ser humano, por mais racional que este seja. Um ácido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho. A lamentável condição de subexistência dos habitantes da Ilha das Flores deixa as pessoas pasmas. A idéia do curta-metragem é mostrar o absurdo desta situação. Seres humanos que, numa escala de prioridade, estão depois dos porcos. Mulheres e crianças que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem na sobra dos porcos (que por sua vez, alimentam-se da sobra de outros seres humanos com condições financeiras de escolher o alimento) sua alimentação diária.
A obra Ilha das Flores é rica em informações reais (às vezes chega a ter um caráter didático), e ao mesmo tempo, segue a trajetória fictícia de um tomate: plantado, colhido, vendido a um supermercado, comprado por uma dona-de-casa, rejeitado na hora de fazer um molho para o almoço, jogado no lixo, levado para a Ilha das Flores, rejeitado pelos porcos, e finalmente, encontrado por uma criança com fome.
A desigualdade social e toda perversidade de um sistema são provocadas justamente por seres humanos que procuram viver em seus casulos de forma egocêntrica e egoísta, fingindo não ver a realidade da exploração do homem sobre o homem, esquecendo-se da solidariedade e afeto entre seus semelhantes. Daí a afirmação no início do curta da não-existência de Deus. Infelizmente, explorar a miséria humana faz parte desse sistema, faz parte do “progresso natural da sociedade”. Uma prova disso é que o diretor não precisava ir tão longe para ver a crueldade e a miséria do homem, bastava colocar uma câmera em sua janela de casa.
A noção de progresso é o anteparo usado pelo filme para estabelecer propositalmente uma relação insolúvel na sociedade capitalista. A capacidade criativa e o decorrente progresso são conjugados com os diversos aspectos que envolvem a vida em sociedade. O lixo é capaz de unir- e não separar como normalmente – a “parte limpa” com a “parte suja” do filme. Logo, confirma-se uma incompatibilidade entre progresso e desenvolvimento humano. O espectador sente o sabor da simples profundidade sugerida pelo filme. É uma provocação ao raciocínio social imediato, à propriedade privada, ao lucro, ao trabalho, à exploração, à relação entre progresso criativo e, conseqüentemente, tecnológico (criação e evolução estão intimamente ligados) e ao desenvolvimento social e humano. Passados quase vinte anos após a sua produção, o curta ainda é bastante atual. O documentário é narrado pelo ator Paulo José e foi aclamado pela crítica, vencendo vários prêmios.

Critica do Filme: Ilha das Flores.O documentário Ilha das Flores ,de Jorge Furtado produzido em 1989, é de uma grandeza extraordinário no gênero e mostra a banalidade com o ser humano, esse como animal racional. Mostra uma demonstração da mecânica da sociedade capitalista. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o filme mostra o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem nesse processo. A triste condição de vida dos habitantes da Ilha das Flores deixa as pessoas perplexas. A idéia de o filme mostrar o absurdo desta condição. Seres humanos que são menos valorizados que os porcos. Mulheres e crianças que em cinco minutos tiram seu alimento diário das sobras dos porcos. Esta obra mostra a realidade (às vezes com caráter didático), e ao mesmo tempo, mostra o caminho que o tomate fez: plantado, colhido, vendido a um supermercado, comprado por uma dona-de-casa, rejeitado pela dona de casa, jogado no lixo, levado para a Ilha das Flores, rejeitado pelos porcos, e finalmente, encontrado por uma criança com fome.O filme mostra uma realidade que acontece em muitos países, a desvalorização do ser humano pelo homem. Pela natureza do ser humano somos egocêntrica e egoísta, esquecemos da solidariedade e afeto entre nossos semelhantes. Por isso Furtado afirma no inicio do filme a não-existência de Deus. O progresso é usado como desculpa para estabelecer uma relação desumana na sociedade capitalista. O lixo é capaz de unir a parte limpa com a parte suja.
Existe incompatibilidade entre progresso e desenvolvimento humano. É uma provocação ao raciocínio social imediato, à propriedade privada, ao lucro, ao trabalho, à exploração, à relação entre progresso criativo e, conseqüentemente, tecnológico (criação e evolução estão intimamente ligados) e ao desenvolvimento social e humano.Contudo, o desenvolvimento tecnológico e humano tem criados há muito tempo a exclusão. Discursos marxistas no meu ver não mudam essa realidade, apenas mostra o que está acontecendo. As discussões em cima de temas como esse só nos fazem ficar cada vez mais frustrados e com sentimento de culpa da marginalização do ser humano.Para mostrar que realmente estamos preocupados com isso devemos agir contra isso, em referencia ao filme desenvolver projetos de humanização, e cobrar dos políticos benefícios não apenas para nós, mas para a população em geral
http://www.ebah.com.br/resenha-do-filme-ilha-das-flores-doc-a14122.html

Poema concreto:
Beba Coca-Cola
Décio Pignatari

Análise crítica
Ao usar recursos modernos, o poeta faz crítica ao consumo desenfreado, inclusive por ser um produto de multinacional. Também é alvo a forma persuasiva, extremamente insistente de divulgar o produto. Para concretizar seu convite à congestão, Pignatari inicia o poema com a famosa frase do anúncio da Coca-Cola: Beba Coca-Cola, mas, a partir daí, vai decompondo as palavras em sílabas até chegar às letras (c l o a c a).
A carga semântica explorada como recurso poético é inteiramente negativa: coca (droga); cola (o que gruda, o que causa dependência); babe (leva àidéia tanto de gostar do produto quanto da falta de controle, de alguém que perde a coordenação); caco (algo sem valor, porcaria); por isso tudo deve ir para a cloaca (fossa ou cano que recebe dejeções e imundícies), vocábulo único, que retoma todas as letras da palavra Coca-Cola. O consumo desenfreado é o excremento, que deve ser eliminado.

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