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[RESENHA #678] Sociologia da educação, de Nelson Piletti


O que a Sociologia tem a ver com a educação escolar? Muito! Pois a escola não está isolada em relação à comunidade e à sociedade em que está inserida. A escola é, até certo ponto, reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, em seu sentido mais amplo, e pela comunidade, no mais restrito. Por outro lado, no interior da escola, multiplicam-se os grupos sociais, formados por todos os agentes do processo educacional, que têm enorme influência sobre a educação e o comportamento dos alunos. Com linguagem acessível, Nelson Piletti estimula neste livro a reflexão sobre esse entrecruzamento de relações que se estabelece entre a sala de aula, a escola, a comunidade e a sociedade. O autor apresenta a contribuição da Sociologia da Educação por meio de dois aspectos: o teórico, de conhecimento da realidade educacional, e o prático, de mudança para melhor dessa mesma realidade a partir desse conhecimento. Além disso, no final de cada capítulo, traz textos complementares e questionamentos que se constituem em estímulo à pesquisa, à reflexão e à discussão.

RESENHA


Em sociologia da educação, o professor e autor Nelson Piletti estuda a importância de compreensão do círculo social em sala de aula para uma compreensão mais assertiva acerca da sociedade, como instrumento de fomento dos fenômenos na aprendizagem em detrimento das particularidades de cada aluno.

A obra desvencilha em seus capítulos a importância de se conhecer e estudar os reflexos particulares dos efeitos da sociedade e das comunidades na vida do aluno. Para tal, o professor fornece ferramentas acessíveis de estudo que viabilizem concisamente a interpretação dos sinais do aluno em suas dificuldades latentes em sala de aula, para que assim, torne-se, de forma facilitada, a compreensão real das problemáticas que refletem significativamente no desempenho do aluno nos processos de aprendizagem. O autor também estuda como se dá o processo de organização e hierarquização da sala de aula entre professor e aluno, criando, assim, discussões acaloradas do papel do profissional da educação no centro do seio do ensino em sala de aula.

Para que se torne facilitada a compreensão das realidades, o livro também carrega em si um capítulo dedicado a suprimir o isolamento do aluno, criando assim, um ambiente de cooperação entre alunos e o professor, para que assim, todos possam se inteirar e participar concisamente na aprendizagem do conteúdo por meio da participação mútua, isso pode ser elaborado de forma categórica mediante trabalhos de grupo ou numa simples disposição das cadeiras em sala de aula para uma maior participação e controle do aprendizado por meio da figura do profissional ao centro da sala, que assim, controla de forma mais assertiva a participação de todos os envolvidos em seu campo de visão.

Em síntese, a obra fornece detalhes e estudos que fomentam uma participação maior do professor, não apenas na ministração da aula propriamente referida, mas também na participação e observação dos fenômenos sociais em sala de aula e das diferentes visões e realidades presentes no seio escolar.

O estudo de sociedades com culturas diferentes desempenha um papel importante na análise sociológica. Ao compreendermos como diferentes culturas se reproduzem e educam seus indivíduos, podemos obter uma visão mais abrangente dos processos estruturais que compõem a educação na totalidade. A sociologia da educação é uma extensão da sociologia que se dedica a estudar a realidade socioeducativa, permitindo aos pesquisadores compreender que a educação ocorre no contexto da sociedade, e não apenas na sala de aula. Isso caracteriza a relação entre ser humano, sociedade e educação, explorando diferentes teorias sociológicas.

A sociologia da educação teve suas bases estabelecidas por pensadores como Marx e Engels, que discutiram o surgimento dessa disciplina em capítulos específicos de suas obras. Eles relacionaram a educação à produção, analisando as sociedades de sua época. Suas concepções surgiram durante a Revolução Industrial, quando propuseram a ideia de uma educação politécnica, que combinava a instituição escolar com o trabalho produtivo. Eles acreditavam que essa relação poderia ser um poderoso meio de transformação social.

O AUTOR
Nelson Piletti é graduado em Filosofia, Jornalismo e Pedagogia; mestre, doutor e livre-docente em Educação pela Universidade de São Paulo (USP); ex-professor do ensino fundamental e médio; ex-professor de Sociologia do ensino médio e superior; professor aposentado do Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação da Faculdade de Educação da USP. Pela Contexto, é autor do livro Aprendizagem: teoria e prática, além de coautor de O Brasil no Contexto 1987-2017; Dom Helder Camara: o profeta da paz; Psicologia do desenvolvimento; Psicologia da aprendizagem; História da educação; Principais correntes da Sociologia da educação e Sociologia da educação: da sala de aula aos conceitos gerais.

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